É possível que os inúmeros desafios vividos por aqueles que se dedicam ao serviço na Igreja acabem ofuscando os muitos benefícios que há no serviço pastoral.

Isso porque, em meio às atividades daqueles que servem na Igreja, é preciso haver uma clareza sobre o real motivo que nos leva a dedicar tempo para o serviço da Igreja. Sendo assim, é preciso fixar na mente e no coração que tudo aquilo que fazemos é por Cristo e para Cristo.

Ora, e o que é amar senão servir? Por isso é que o serviço pastoral nos dá a oportunidade de nos asssemelharmos a Cristo, que, mesmo sendo Deus, serviu a cada um de nós.

Porém, embora seja uma missão divina, a colaboração com o Reino é permeada de desafios. Por isso, deixamos aqui 5 dicas para vencer esses desafios e otimizar a participação no serviço pastoral da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Moema. Veja abaixo.

1ª Dica para o serviço pastoral: Conhece-te, aceita-te, supera-te! (Santo agostinho)

Uma das grandes dificuldades no serviço pastoral são as relações interpessoais. Isso porque, quando nos engajamos em alguma tarefa na Igreja, não são somente as nossas qualidades que se expressam, mas também os nossos defeitos. E tal qual um diamante somos cada um de nós, preciosos, mas que necessita de lapidação.

Assim, devemos ter em mente que nenhum de nós é perfeito e que, ao entrarmos em contato com o nosso irmão, devemos nos abrir ao processo de transformação.

Dessa forma, aqueles que têm a graça de trilhar um caminho de autoconhecimento, podem facilmente enxergar os possíveis problemas de relacionamento como oportunidade de crescimento. E, assim, ressignificar as experiências desagradáveis com caridade fraterna.

E, como afirma Bento XVI: “[…] na base da formação da pessoa cristã e da transmissão da fé está necessariamente a oração, a amizade pessoal com Cristo e a contemplação n’Ele do rosto do Pai” (Discurso em 6 de junho de 2005)

Sendo assim, aquilo que seria para ruína de um determinado grupo ou pastoral torna-se experiência de perdão, nos levando a um grau mais elevado no amor e na humildade.

2ª Dica para o serviço pastoral: Fuja da autossuficiência

Junto ao desejo de colaborar com o reino de Deus, uma grande erva daninha pode ser encontrada em meio aos que servem na Igreja: a autossuficiência.

É maravilhoso percebermos tantas pessoas que se dispõe ao serviço pastoral no desejo de contribuir com a evangelização. Mas é muito triste ver que muitas delas preocupam-se demasiadamente com “o fazer” e esquecem-se do “como fazer”.

No evangelho de João, encontramos Jesus que diz:

“Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

Pois bem,  o “como fazer” nos convida a estarmos unidos ao Senhor e renunciar à nossa autossuficiência, reconhecendo que só Deus sabe e pode todas as coisas. Assim, poderemos ser conduzidos livremente em Sua vontade. Que, diga-se de passagem, é o que de fato precisa ser realizado por qualquer serviço pastoral para que se alcance a conversão das almas.

Portanto, em nossas tarefas da Igreja, digamos como Santa Faustina: “Ó meu Jesus, dai-me a graça de eu ser um instrumento dócil em Vossas Mãos” (Diário, nº 1401).

3ª Dica para o serviço pastoral: Em tudo coloque amor

Os santos serviram a Deus no coração da Igreja e da forma mais perfeita que existe. Dessa maneira, devemos sempre aprender com eles como deve ser o nosso serviço pastoral.

Sendo assim, ao observarmos a vida dos santos e a forma como se doavam em suas tarefas evangelizadoras, percebemos algo em comum: o amor.

Santa Terezinha tem uma frase que diz: “O Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras. Olha mais o amor com que são feitas”. Outra frase semelhante também é dita por Santa Teresa de Calcutá: “Não é o quanto fazemos, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos. Não é o quanto damos, mas quanto amor colocamos em dar.”

Dessa maneira, já podemos compreender que o serviço pastoral não deve ser apenas um amontoado de tarefas, mas sim oportunidade de fazer o outro sentir-se amado por Deus.

 “Aprendam sobretudo os alunos a viver segundo o Evangelho, a firmar-se na fé, esperança e caridade, para que, no seu exercício, adquiram o espírito de oração” (Optatam Totius).

4ª Dica para o serviço pastoral: Não despreze uma boa formação

O que dificulta o crescimento de muitas pastorais é o comodismo de determinados integrantes, especialmente da liderança.

As constantes mudanças da sociedade moderna, a rapidez com que as informações correm e o aumento das ideologias contrárias à nossa fé vivem uma crescente. Por isso, quem se dedica ao serviço pastoral não pode se acomodar e nem viver a mesmice.

Pelo contrário, deve sempre aprofundar-se no conhecimento que diz respeito à sua pastoral e buscar novas formas de evangelização. Assim, devemos sempre pedir ao Espírito Santo que nos dê criatividade e sabedoria no serviço pastoral para que consigamos combater bem aquilo que é contrário à verdadeira fé.

5ª Dica para o serviço pastoral: Servir ao outro pode ser terapêutico, mas não é terapia

Diante de tudo aquilo que já refletimos aqui, vale ressaltar uma última e importante dica: não faça do seu serviço pastoral uma válvula de escape dos seus problemas.

Cada dia temos visto a necessidade de termos pessoas maduras no serviço de nossas Igrejas. Já não há mais tempo para disputas, rivalidades, autopiedade etc. O tempo urge e o grito daqueles que necessitam conhecer a Deus é ensurdecedor.

Sendo assim, a necessidade de pessoas que não fazem do serviço pastoral uma terapia em que se leva os problemas, os interesses pessoais etc., é enorme. O serviço pastoral clama por pessoas que esqueçam um pouco de si para ir ao encontro do outro. E assim como Maria, que não fique olhando para si mesmo. Mas, apressadamente, se coloca à disposição dos que mais necessitam de Deus e de cuidados.

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1Coríntios 15,58).